LDT NEWS 17/03/2023

Este é o septuagésimo sexto dia do ano. Faltam 289 dias para o termo de 2023. 


C’est le soixante seizième jour de l’année. Il reste deux cent quatre vingt neuf jours de l'année 2023 

MUSICAIS/MUSICALES


Contratenor Jakub Józef Orliński e Il Pomo d'Oro homenageiam Jorge Gil

O contratenor polaco Jakub Józef Orliński e o ensemble Il Pomo d'Oro, do cravista Francesco Corti, apresentam este mês o mais recente álbum, "Facce d'amore", no Porto e em Lisboa, em concertos que também homenageiam o fundador dos Concertos Em Órbia, Jorge Gil.

O programa "Facce d'Amore", título do mais recente CD de Jakub Józef Orliński com Il Pomo d'Oro, compreende "algumas das mais belas árias barrocas dedicadas às várias vertentes do amor", com obras, entre outros, de Luca Antonio Predieri, Georg Friedrich Handel, Nicola Matteis, Francesco Cavalli e Giovanni Bononcini.



Contratenor Jakub Józef Orliński et Il Pomo d’Oro rendent hommage à Jorge Gil

Le contre-ténor polonais Jakub Józef Orliński et l’ensemble Il Pomo d’Oro, de l’artiste Francesco Corti, présentent ce mois-ci le dernier album, « Facce d’amore », à Porto et Lisbonne, dans des concerts qui honorent également le fondateur des Concerts In Órbia, Jorge Gil.

Le programme « Facce d’Amore », titre du dernier CD de jakub Józef Orliński avec Il Pomo d’Oro, comprend « quelques-uns des plus beaux airs baroques consacrés aux différents aspects de l’amour », avec des œuvres, entre autres, de Luca Antonio Predieri, Georg Friedrich Haendel, Nicola Matteis, Francesco Cavalli et Giovanni Bononcini.



Mário Lundum apresenta álbum "Imaterial" no Tivoli

O fadista Mário Lundum apresenta ao vivo, no Teatro Tivoli, em Lisboa, no dia 21 de abril, às 21:00, o seu mais recente álbum "Imaterial", no qual gravou, entre outros, "Gaivota" (Alexandre O'Neill/Alain Oulman), uma criação de Amália Rodrigues.

Mário Lundum iniciou a carreira na década de 1990, cantando em casas de fado como "Arreda", em Cascais, e "A Tasca do Chico em Lisboa, em 1993. Foi um dos fundadores da Tuna do Instituto Superior Técnico de Lisboa. Em 2005 saiu o seu primeiro álbum, "Mário & Lundum", e adotou o nome artístico Mário Lundum.

Lundum vai ser acompanhado pelos músicos Carlos Manuel Proença, na viola, Luís Coelho, na guitarra portuguesa, ao piano por André Gomes, na percussão por António Sousa e João Campos, e ainda por um quarteto de cordas, tendo como convidados Daniel Pereira Cristo e Zeca Medeiros.

O álbum inclui ainda "Fadista Louco" (Domingos Gonçalves da Costa/Francisco Viana), do repertório de António Mourão (1935-2013), "Estrela da Tarde" (Ary dos Santos/Fernando Tordo), criação de Carlos do Carmo (1939-2021) e nove temas inéditos.



Mário Lundum présente l’album « Imaterial » à Tivoli

Le chanteur de fado Mário Lundum présente en direct, au Théâtre Tivoli, à Lisbonne, le 21 avril, à 21h00, son dernier album « Immaterial », dans lequel il a enregistré, entre autres, « Gaivota » (Alexandre O’Neill/Alain Oulman), une création d’Amália Rodrigues.

Mário Lundum a commencé sa carrière dans les années 1990, chantant dans des maisons de fado telles que « Arreda » à Cascais et « A Tasca do Chico » à Lisbonne en 1993. Il fut l’un des fondateurs de l’Instituto do Superior Técnico de Lisboa. En 2005, il sort son premier album, « Mário & Lundum », et adopte le nom de scène Mário Lundum.

Lundum sera accompagné par les musiciens Carlos Manuel Proença, à l’alto, Luís Coelho, à la guitare portugaise, au piano par André Gomes, aux percussions par António Sousa et João Campos, ainsi que par un quatuor à cordes, avec comme invités Daniel Pereira Cristo et Zeca Medeiros.

L’album comprend également « Fadoista Louco » (Domingos Gonçalves da Costa / Francisco Viana), le répertoire d’António Mourão (1935-2013), « Estrela da Tarde » (Ary dos Santos / Fernando Tordo), création de Carlos do Carmo (1939-2021) et neuf thèmes inédits.



Fadista Luís Manuel apresenta disco no Museu do Fado

O fadista Luís Manuel apresenta o seu mais recente trabalho discográfico, "Homenagem", quinta-feira às 19:00, no Museu do Fado, em Lisboa.

Luís Manuel acompanha-se à guitarra portuguesa, contando ainda com os músicos Fernando Heleno, na viola, e Nuno Lourenço, na viola baixo.

Do EP fazem parte "Homenagem" (Luís Manuel), que dá título ao trabalho, e ainda os temas "Vejo com o Coração" (José de Jesus Patrício/Fado menor do Porto, de José Joaquim Carvalheiro Jr.), "Anjo da Guarda" (José J. Patrício/Fado Margaridas, de Miguel Ramos), "Apenas um Amigo" (J. J. Patrício/Fado Menor) e "Unidos no mesmo Fado" (J.J. Patrício/Fado Pechincha, de João do Carmo Noronha).

___________________________________________



Cantora Carla Pires atua em França

A cantora Carla Pires prossegue a digressão "Cartografado", título do seu mais recente álbum, com uma atuação na próxima sexta-feira à noite, no Auditório de Vitoflay, na região de Paris.

Carla Pires vai ser acompanhada por Sebastião Pereira, na guitarra portuguesa, André M. Santos, na viola, e João Novais, no contrabaixo.

"Cartografado" (2020) é o quarto álbum de estúdio da cantora, e inclui temas como "Tudo que não há" (Amélia Muge), "Alma Aprendiz (Tiago Torres da Silva/Samuel Quedas), "Ta bouche aux lèvres d'or" (Paul Éluard/Amélia Muge) ou "Sei de um Silêncio" (Amélia Muge).

A cantora atua no âmbito da "Temporada Portuguesa", que decorre até 2 de abril.



Le chanteur de fado Luís Manuel présente un disque au Musée du Fado

Le chanteur de fado Luís Manuel présente son dernier album, « Homenagem », jeudi à 19h00, au Musée du Fado à Lisbonne.

Luís Manuel s’accompagne à la guitare portugaise, comptant également sur les musiciens Fernando Heleno, à l’alto, et Nuno Lourenço, à la basse.

L’EP comprend « Homenagem » (Luís Manuel), qui donne le titre à l’œuvre, ainsi que les thèmes « Je vois avec le cœur » (José de Jesus Patrício/Fado menor do Porto, de José Joaquim Carvalheiro Jr.), « Anjo da Guarda » (José J. Patrício/Fado Margaridas, de Miguel Ramos), « Just a Friend » (J. J. Patrício/Fado Menor) et « Unidos no mesmo Fado » (J.J. Patrício/Fado Pechincha, de João do Carmo Noronha).


La chanteuse Carla Pires se produit en France

La chanteuse Carla Pires poursuit la tournée « Cartografado », titre de son dernier album, avec une performance vendredi soir prochain, à l’Auditorium de Vitoflay, en région parisienne.

Carla Pires sera accompagnée de Sebastião Pereira, à la guitare portugaise, André M. Santos, à l’alto, et João Novais, à la basse.

« Cartografado » (2020) est le quatrième album studio de la chanteuse, et comprend des thèmes tels que « Tudo que não há » (Amélia Muge), « Alma Aprendiz (Tiago Torres da Silva / Samuel Quedas), « Ta bouche aux lèvres d’or » (Paul Éluard / Amélia Muge) ou « Sei de um Silêncio » (Amélia Muge).

Le chanteur agit dans le cadre de la « Saison portugaise », qui se déroule jusqu’au 2 avril.


Nouveautés littéraires

 A obra "Pessoa. Uma biografia", de Richard Zenith, foi distinguida com o Prémio António Quadros, na categoria biografia, anunciaram a Fundação António Quadros, que promove o prémio, e a editora Quetzal, que publicou o livro em Portugal.

Editada em maio do ano passado, com tradução de Salvato Teles de Menezes e Vasco Teles de Menezes, esta biografia de Fernando Pessoa, publicada originalmente em inglês, em julho de 2021, foi eleita um dos melhores livros desse ano por publicações como The New York Times, The Spectator, The New Statesman, Kirkus Reviews e Publishers Weekly.

No ano seguinte, foi finalista do Prémio Pulitzer.

Celebrando o centenário de António Quadros (1923-2023), o júri do prémio "assumiu este ano uma responsabilidade redobrada já que, na escolha da obra a premiar, decidiu ter em conta a opinião que acreditava ser a do próprio António Quadros", afirma em comunicado a Fundação António Quadros.

O júri foi composto por Mafalda Ferro, presidente da Fundação António Quadros e do conselho de administração, Manuela Dâmaso, membro do Conselho Consultivo, e Francisco d'Orey Manoel, vice-presidente do Conselho de Administração.

Integrado nas comemorações do centenário, o prémio, que vai na sua 13.ª edição, será entregue na Fundação, em Rio Maior, no dia do aniversário de António Quadros (14 de julho).

Considerada a mais completa e inovadora biografia de Fernando Pessoa, esta obra da autoria do escritor e tradutor norte-americano Richard Zenith resulta de 13 anos de dedicação à obra do poeta, para quem a língua portuguesa era a pátria.

"Pessoa. Uma biografia" é a história de vida de Fernando Pessoa, contada ao longo de mais de mil páginas, incluindo imagens, reconstituída praticamente a partir da obra.

Richard Zenith admitiu, durante a apresentação da edição portuguesa da biografia, que era difícil conhecer a vida pessoal de Fernando Pessoa, sempre muito reservado e solitário, e que a sua obra se constituiu a principal fonte de investigação, por ser muito autobiográfica.

Além da obra, Zenith recorreu ao espólio do autor de "Mensagem", que continha diversas notas do quotidiano, como dinheiro que devia, encontros marcados, papéis dos tempos em que viveu em Durban – durante a infância e adolescência, período em que o padrasto trabalhou nessa cidade como cônsul português -, ou cartas inéditas, nomeadamente da mãe, ou do dono de uma mercearia na Rua Coelho da Rocha, onde "Fernando Pessoa comprou muitas coisas, incluindo aguardente".

Outra fonte fundamental para este trabalho foram cartas escritas por um tio a Fernando Pessoa quando este tinha 8 anos.

Esta obra monumental, que conta um total de 1.184 páginas, é a mais completa desde a de João Gaspar Simões, publicada em 1950 e que, sabe-se agora, tem algumas informações erróneas.

Richard Zenith nasceu em Washington D.C. em 1956 e veio para Portugal em 1987, com o objetivo de traduzir cantigas trovadorescas. Foi nessa altura que descobriu o "Livro do Desassossego", publicado pela primeira vez em 1982 pela Ática.

Como tinha vivido no Brasil e aprendido português, e percebendo que não havia nenhuma tradução dessa obra para inglês, montou um projeto e traduziu-a na íntegra.

Foi por volta de 2003, quando organizou uma edição especial de "Escritos autobiográficos automáticos", na qual Fernando Pessoa estava em contacto com espíritos e escrevia quase sempre em inglês, que começou a pensar realmente na biografia.

"Foi o meu agente literário em Nova Iorque que me empurrou para esta biografia. Achei que era dois ou três anos e que era um livro de 160 mil palavras. Acabou em 360 mil, nunca imaginei", contou.

AL // MAG

Penguin edita "Macbeth" com tradução e introdução do poeta Daniel Jonas

Quatrocentos anos depois da primeira publicação de "Macbeth", a Penguin assinala a efeméride com a publicação da obra com tradução e introdução do poeta e dramaturgo Daniel Jonas, anunciou a editora.

Dada à estampa pela Penguin Clássicos, da Penquin Random House Grupo Editorial, o livro com a tragédia mais curta de Shakespeare, publicada pela primeira vez num caderno manuscrito (folio) de 1623, chegará às livrarias no dia 20, anunciou a editora.

Baseada na verdadeira história do rei Macbeth da Escócia, no século XI, e escrita e posta em palco nos primeiros anos do século XVII, "Macbeth" "reflete sobre os limites do medo e da culpa numa mente dominada pela cupidez", afirma a editora.

Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor. Entre os títulos publicados contam-se "Sonótono" (Cotovia, 2006), com que venceu o prémio PEN de Poesia, "Nó" (Assírio & Alvim, 2014), que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da Associação Portuguesa de Escritores (APE), e "Cães de Chuva" (Assírio & Alvim, 2022), que foi distinguido com o Prémio Literário Fundação Inês de Castro.

Entre os autores traduzidos por Daniel Jonas contam-se John Milton, Shakespeare, Waugh, Pirandello, Huysmans, Berryman, Dickens, Lowry, Henry James e William Wordsworth. Como dramaturgo, publicou "Nenhures" (Cotovia, 2008) e escreveu "Estocolmo, Reféns" e o libreto "Still Frank", todos postos em palco pela companhia Teatro Bruto.





Biografia de Natália Correia faz um retrato do seu país e chega hoje às livrarias


Lisboa, 16 mar 2023 (Lusa) - "O dever de deslumbrar", biografia de Natália Correia escrita por Filipa Martins, traça o retrato do Portugal daquela época, tanto ou mais que a vida da escritora, e chega hoje às livrarias, nos 30 anos da sua morte.

Pré-lançada em fevereiro, no Correntes d'Escritas, festival literário da Póvoa de Varzim, a biografia de Natália Correia, editada pela Contraponto, tem quase 700 páginas e demorou seis anos a escrever, como foi assinalado na altura, numa conversa entre o jornalista João Gobern e a escritora Filipa Martins.

"Uma das biografias que mais falta fazia era a de Natália Correia", assinalou João Gobern, destacando que, ao ler-se esta obra, percebe-se até que ponto "se estendia a presença tentacular da biografada".

"O dever de deslumbrar" chega também no ano do centenário da escritora e poeta, que se assinala a 13 de setembro, e permite ficar a conhecer a realidade do país nos seus 70 anos de vida.

"Mesmo os que têm uma secreta embirração podem partir para esta biografia quase como um dicionário histórico sobre como foi Portugal durante a vida de Natália Correia", destacou o jornalista, apontando que o livro aborda a obra da autora, "uma dimensão politica extraordinária, a dimensão sentimental e o seu 'toca e foge' com a religião".

Citando alguns "episódios deliciosos" contados na biografia, João Gobern referiu que Natália Correia odiava ir à praia e vestir fato de banho, e que das poucas vezes que o fez foi para poder falar com Humberto Delgado, longe da PIDE, a polícia política da ditadura.

O jornalista referiu-se também à fase do Botequim, o bar que Natália Correia abrira em Lisboa, onde a política era vivida intensamente, e sublinhou que a biografia é uma obra que, "partindo de uma figura central, acaba por ser um retrato nosso".

Filipa Martins recordou que Natália Correia foi "a autora mais censurada do Estado Novo", uma das vozes mais criticas da ditadura e, depois, da entrada de Portugal na União Europeia.

"O pensamento dela era premonitório", salientou.

Filipa Martins contou que Natália Correia começou a cantar músicas românticas na rádio, na Emissora Nacional, quando ainda era nova, sob o pseudónimo Célia Navarro.

Posteriormente, trocou a música pelas palavras e começou a declamar poesia no Rádio Club Português, num programa açoriano (naturalidade de Natália Correia), sob o pseudónimo Natália Dias Ferreira.

Recuando à infância, Filipa Martins contou que a poeta não sabia do pai, que a abandonou aos 3 anos, tendo sido criada no seio de uma familia só de mulheres, uma "família amputada para lutar contra o Estado Novo".

"Casou-se aos 19 anos só com o objetivo de atingir a maioridade para poder começar a trabalhar, mas foi um casamento infeliz e aos 21 anos já viviam separados. Para tal, teve de provar em tribunal o adultério por parte dela própria", revelou.

Outro aspeto abordado na biografia foi o facto de nunca ter querido ter filhos, afirmando mesmo: "A minha árvore não nasceu para dar frutos".

"Começou então a colaborar com jornais. Foi quando começou a escrever sobre a condição feminina, foi extremamente precoce a escrever sobre isto", contou.

Filipa Martins destacou ainda o seu sentido de humor e inteligência, revelando que Natália Correia "nunca se assumiu como feminista e nunca o fez contra os homens".

"Defendia o trabalho das mulheres e sobre isto dirigiu-se aos cavalheiros: 'Se não querem que as suas mulheres os traiam e arranjem amantes, deixem-nas trabalhar'. Isto aos 23 anos, em pleno Estado Novo", assinalou.

A autora da biografia disse ainda que a entidade casamento era muito valorizada por Natália Correia, para quem "não fazia sentido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e não achava bonito pares de mulheres ou de homens", isto não obstante o facto de ela própria ter tido "relações homossexuais".

Filipa Martins fez também referência ao casamento de Natália Correia com um americano, com quem partiu para os Estados Unidos, numa "lua-de-mel que foi uma lua de fel".

Serviu-lhe para escrever uma crónica em que critica o povo americano, sobretudo no aspeto estético, por achar que era revelador de falta de cultura ("Descobri que Era Europeia - Impressões duma Viagem à América").

Toda a gente fazia serões na casa de Natália Correia, na Rua Rodrigues Sampaio, "mas não havia lugares vitalícios, tão depressa se era admitido no círculo como se deixava de entrar".

"Natália tinha um código, que era o gesto grandioso: não admitia gestos pequenos. [O escritor] Luiz Pacheco era seu amigo intimo, mas a amizade acabou porque ele defecou à porta de casa dela", contou.

A vida na Rodrigues Sampaio foi coincidente com o casamento da poeta com o empresário Alfredo Machado, "que lhe deu tranquilidade".

"Era a única mulher em tertúlias à noite, a puxar da boquilha e a ter atitudes que não eram esperadas de mulheres, muito menos casadas".

O seu feitio intempestivo era temido, inclusivamente pelos russos, os outros deputados tinham medo dela, "era insubordinada, os parlamentares é que tiveram de se adaptar a Natália Correia", disse, referindo-se ao período em que foi deputada na Assembleia da República (1980-1991).

"Não cumpria os tempos, fumava no parlamento, mesmo depois de ser proibido, interpelava os parlamentares a pôr gotas nos olhos, convidou a Cicciolina para ir ao parlamento e escreveu-lhe um poema, chegava sempre atrasada à Assembleia da República", lembrou, sublinhando que Natália Correia "tinha a sua carteira de valores".

Sobre a leitura da obra, João Gobern destacou a voracidade com que se lê.

"Em todas as biografias há sempre momentos de respiração, de intervalo, mas a vida e obra de Natália Correia não dão intervalo a ninguém. É como ver filmes em sessão contínua: ainda um não acabou e já estamos a ver outro", disse, acrescentando esperar que esta publicação "seja uma alavanca para reeditar a obra e editar obras nunca editadas".

"O Dever de Deslumbrar – Biografia de Natália Correia" é o quinto volume da coleção de Biografias de Grandes Figuras da Cultura Portuguesa Contemporânea da editora Contraponto.


Assírio & Alvim publica antologia de "brevíssimas composições" de Robert Walser

A obra "Cinza, Agulha, Lápis e Fosforozitos & outros brevíssimos textos sobre quase nada" reúne "as brevíssimas composições (pequenas descrições, microcontos, breves apontamentos)" do escritor helvético, de língua alemã, Robert Walser (1878-1956), anunciou a editora Assírio & Alvim.

"Estes pequeníssimos textos sobre objetos do quotidiano, combinados com reflexões sobre o labor do escritor e a sua função no mundo", foram traduzidos para português por Ricardo Gil Soeiro.

"Os textos de Robert Walser encenam uma discreta elegância, quase como se estivessem a pedir licença para existir. Neles se celebra a despojada humildade das pequenas coisas, dos mais ínfimos elementos que, votados – e eles próprios se votando – à sóbria desaparição, insistem em oferecer uma silenciosa e cintilante resistência à estridente voracidade do tempo: a cinza, a agulha, o lápis, o fósforo, a luva, o chapéu, o candeeiro, o relógio, o papel", acrescenta a editora portuguesa.


 L’œuvre « Pessoa. Une biographie », de Richard Zenith, a reçu le prix António Quadros, dans la catégorie biographie, ont annoncé la Fondation António Quadros, qui promeut le prix, et l’éditeur Quetzal, qui a publié le livre au Portugal.

Publiée en mai dernier, avec une traduction de Salvato Teles de Menezes et Vasco Teles de Menezes, cette biographie de Fernando Pessoa, publiée à l’origine en anglais en juillet 2021, a été élue l’un des meilleurs livres de l’année par des publications telles que The New York Times, The Spectator, The New Statesman, Kirkus Reviews et Publishers Weekly.

L’année suivante, il est finaliste du prix Pulitzer.

Célébrant le centenaire d’António Quadros (1923-2023), le jury du prix « a assumé cette année une responsabilité redoublée puisque, dans le choix de l’œuvre à récompenser, il a décidé de prendre en compte l’opinion que l’on croyait être celle d’António Quadros lui-même », indique dans un communiqué la Fondation António Quadros.

Le jury était composé de Mafalda Ferro, présidente de la Fondation António Quadros et du conseil d’administration, de Manuela Dâmaso, membre du conseil consultatif, et de Francisco d’Orey Manoel, vice-président du conseil d’administration.

Intégré dans les célébrations du centenaire, le prix, qui sera présenté lors de sa 13e édition, sera remis à la Fondation à Rio Maior à l’occasion de l’anniversaire d’António Quadros (14 juillet).

Considérée comme la biographie la plus complète et la plus innovante de Fernando Pessoa, cette œuvre de l’écrivain et traducteur américain Richard Zenith est le résultat de 13 années de dévouement à l’œuvre du poète, dont la langue portugaise était la patrie.

« Personne. Une biographie » est l’histoire de la vie de Fernando Pessoa, racontée sur plus de mille pages, y compris des images, reconstituées pratiquement à partir de l’œuvre.

Richard Zenith a admis, lors de la présentation de l’édition portugaise de la biographie, qu’il était difficile de connaître la vie personnelle de Fernando Pessoa, toujours très réservé et solitaire, et que son travail était la principale source de recherche, car très autobiographique.

En plus de l’œuvre, Zenith a eu recours à la succession de l’auteur de « Mensagem », qui contenait plusieurs notes de la vie quotidienne, telles que l’argent qu’il devait, des rencontres programmées, des papiers de l’époque où il vivait à Durban - pendant son enfance et son adolescence, pendant la période où le beau-père travaillait dans cette ville en tant que consul portugais - ou des lettres inédites, notamment de sa mère, ou du propriétaire d’une épicerie sur la Rua Coelho da Rocha, où « Fernando Pessoa a acheté beaucoup de choses, y compris du brandy ».

Une autre source fondamentale pour ce travail étaient les lettres écrites par un oncle à Fernando Pessoa quand il avait 8 ans.

Cet ouvrage monumental, qui compte un total de 1 184 pages, est le plus complet depuis celui de João Gaspar Simões, publié en 1950 et qui, on le sait maintenant, contient des informations erronées.

Richard Zenith est né à Washington, D.C. en 1956 et est venu au Portugal en 1987 dans le but de traduire des chansons de troubadours. C’est à cette époque qu’il découvre le « Livre de l’agitation », publié pour la première fois en 1982 par Attica.

Comme il avait vécu au Brésil et appris le portugais, et réalisant qu’il n’y avait pas de traduction de cet ouvrage en anglais, il a mis en place un projet et l’a traduit dans son intégralité.

C’est vers 2003, lorsqu’il a organisé une édition spéciale de « Automatic Autobiographical Writings », dans laquelle Fernando Pessoa était en contact avec les esprits et écrivait presque toujours en anglais, qu’il a vraiment commencé à penser à la biographie.

« C’est mon agent littéraire à New York qui m’a poussé dans cette biographie. Je pensais que c’était deux ou trois ans et que c’était un livre de 160 mil mots. Cela s’est terminé par <> <>, je ne l’aurais jamais imaginé », a-t-il déclaré.

AL // MAG

Penguin édite « Macbeth » avec traduction et introduction du poète Daniel Jonas

Quatre cents ans après la première publication de « Macbeth », Penguin marque les éphémérides avec la publication de l’œuvre avec la traduction et l’introduction du poète et dramaturge Daniel Jonas, a annoncé l’éditeur.

Compte tenu de l’impression de Penguin Clássicos, penquin Random House Editorial Group, le livre avec la plus courte tragédie de Shakespeare, publié pour la première fois dans un carnet manuscrit (folio) de 1623, arrivera en librairie le 20, a annoncé l’éditeur.

Basé sur l’histoire vraie du roi Macbeth d’Écosse au 11ème siècle et écrit et mis en scène dans les premières années du 17ème siècle, « Macbeth » « réfléchit sur les limites de la peur et de la culpabilité dans un esprit dominé par la cupidité », dit l’éditeur.

Daniel Jonas est poète, dramaturge et traducteur. Parmi les titres publiés figurent « Sonótono » (Cotovia, 2006), avec lequel il a remporté le prix PEN de poésie, « Nó » (Assírio & Alvim, 2014), qui lui a valu le Grand Prix de poésie Teixeira de Pascoaes de l’Association portugaise des écrivains (APE), et « Cães de Chuva » (Assírio & Alvim, 2022), qui a été distingué par le Prix littéraire Fundação Inês de Castro.

Les auteurs traduits par Daniel Jonas incluent John Milton, Shakespeare, Waugh, Pirandello, Huysmans, Berryman, Dickens, Lowry, Henry James et William Wordsworth. En tant que dramaturge, il a publié « Nenhures » (Cotovia, 2008) et écrit « Stockholm, Hostages » et le livret « Still Frank », tous mis en scène par la compagnie Teatro Bruto.




Biographie de Natalia Correia fait un portrait de son pays et arrive aujourd’hui en librairie



Lisboa, 16 mar 2023 (Lusa) - « Le devoir d’éblouir », biographie de Natália Correia écrite par Filipa Martins, retrace le portrait du Portugal de cette époque, autant ou plus que la vie de l’écrivain, et arrive aujourd’hui dans les librairies, dans les 30 ans de sa mort.

Pré-publiée en février, à Correntes d’Escritas, festival littéraire de Póvoa de Varzim, la biographie de Natália Correia, éditée par Contraponto, compte près de 700 pages et a pris six ans à écrire, comme cela a été souligné à l’époque, dans une conversation entre le journaliste João Gobern et l’écrivaine Filipa Martins.

« L’une des biographies qui manquait le plus était celle de Natalia Correia », a déclaré João Gobern, notant que, lors de la lecture de cet ouvrage, on perçoit à quel point « la présence tentaculaire du biographe a augmenté ».

« Le devoir d’éblouir » arrive aussi dans l’année du centenaire de l’écrivain et poète, qui marque le 13 septembre, et permet de connaître la réalité du pays dans ses 70 ans de vie.

« Même ceux qui ont une embirração secrète peuvent consulter cette biographie presque comme un dictionnaire historique sur ce qu’était le Portugal du vivant de Natalia Correia », a déclaré le journaliste, soulignant que le livre aborde le travail de l’auteur, « une dimension politique extraordinaire, la dimension sentimentale et ses « touches et fuit » avec la religion ».

Citant quelques « épisodes délicieux » racontés dans la biographie, João Gobern a mentionné que Natalia Correia détestait aller à la plage et porter un maillot de bain, et que les rares fois où il l’a fait, c’était pour pouvoir parler à Humberto Delgado, loin de la PIDE, la police politique de la dictature.

Le journaliste a également fait référence à la scène de Botequim, le bar que Natália Correia avait ouvert à Lisbonne, où la politique était intensément vécue, et a souligné que la biographie est une œuvre qui, « à partir d’une figure centrale, se révèle être un portrait de nous ».

Filipa Martins a rappelé que Natália Correia était « l’auteur le plus censuré de l’Estado Novo », l’une des voix les plus critiques de la dictature et, plus tard, de l’entrée du Portugal dans l’Union européenne.

« Sa pensée était prémonitoire », a-t-il déclaré.

Filipa Martins a déclaré que Natália Correia a commencé à chanter des chansons romantiques à la radio, à la station nationale, alors qu’elle était encore jeune, sous le pseudonyme de Célia Navarro.

Plus tard, il a échangé la musique contre les mots et a commencé à déclamer la poésie à Radio Club Portuguese, dans un programme des Açores (naturel de Natalia Correia), sous le pseudonyme de Natália Dias Ferreira.

Revenant à l’enfance, Filipa Martins a déclaré que la poétesse ne connaissait pas son père, qui l’a abandonnée à l’âge de 3 ans, ayant été élevé au sein d’une famille entièrement féminine, une « famille amputée pour combattre l’Estado Novo ».

« Il s’est marié à l’âge de 19 ans uniquement dans le but d’atteindre l’âge de la majorité pour commencer à travailler, mais c’était un mariage malheureux et à 21 ans, ils vivaient déjà séparés. Pour ce faire, elle a dû prouver l’adultère de son propre côté devant le tribunal », a-t-elle révélé.

Un autre aspect abordé dans la biographie était le fait qu’il n’a jamais voulu avoir d’enfants, déclarant même : « Mon arbre n’est pas né pour porter du fruit. »

« Il a ensuite commencé à collaborer avec des journaux. C’est à ce moment-là qu’elle a commencé à écrire sur la condition féminine, elle était extrêmement tôt pour écrire à ce sujet », a-t-elle déclaré.

Filipa Martins a également souligné son sens de l’humour et son intelligence, révélant que Natalia Correia « ne s’est jamais assumée comme féministe et ne l’a jamais fait contre les hommes ».

Il a défendu le travail des femmes et s’est adressé aux messieurs : « Si vous ne voulez pas que vos femmes vous trahissent et aient des amants, laissez-les travailler. » Ceci à l’âge de 23 ans, au milieu du nouvel État », a-t-il déclaré.

L’auteur de la biographie a également déclaré que le mariage de l’entité était très apprécié par Natalia Correia, pour qui « cela n’avait aucun sens le mariage entre personnes du même sexe et ne trouvait pas de belles paires de femmes ou d’hommes », malgré le fait qu’elle avait elle-même des « relations homosexuelles ».

Filipa Martins a également évoqué le mariage de Natalia Correia avec un Américain, avec qui elle est partie pour les États-Unis, lors d’une « lune de miel qui était une lune de miel ».

Il a servi à écrire une chronique dans laquelle il critique le peuple américain, en particulier dans l’aspect esthétique, pour avoir pensé qu’il était révélateur d’un manque de culture (« J’ai découvert que c’était européen - Impressions d’un voyage en Amérique »).

Tout le monde se promenait chez Natália Correia dans la rue Rodrigues Sampaio, « mais il n’y avait pas de place pour la vie, dès qu’elle a été admise dans le cercle comme si elle avait cessé d’entrer ».

« Natalia avait un code, qui était le grand geste : elle n’admettait pas les petits gestes. [L’écrivain] Luiz Pacheco était son ami intime, mais l’amitié a pris fin parce qu’il a déféqué à l’extérieur de sa maison », a-t-il déclaré.

La vie à Rodrigues Sampaio coïncidait avec le mariage du poète avec l’homme d’affaires Alfredo Machado, « ce qui lui a donné la tranquillité ».

« Elle était la seule femme en terturias la nuit, tirant son embout buccal et ayant des attitudes qui n’étaient pas attendues des femmes, encore moins mariées. »

Son tempérament intempestif était craint, même par les Russes, les autres députés avaient peur d’elle, « elle était insubordonnée, les parlementaires ont dû s’adapter à Natalia Correia », a-t-elle déclaré, évoquant son passage à l’Assemblée de la République (1980-1991).

« Il n’a pas respecté son époque, a fumé au parlement, même après avoir été interdit, a demandé aux parlementaires de lui mettre des gouttes dans les yeux, a invité Cicciolina à aller au parlement et lui a écrit un poème, est toujours arrivé en retard à l’Assemblée de la République », a-t-il rappelé, soulignant que Natalia Correia « avait son portefeuille de valeurs ».

À la lecture de l’ouvrage, John Gobern a souligné la voracité avec laquelle il est lu.

« Dans toutes les biographies, il y a toujours des moments de respiration, d’intervalle, mais la vie et l’œuvre de Natalia Correia ne donnent d’intervalle à personne. C’est comme regarder des films en session continue : pourtant l’un n’est pas fini et nous en voyons déjà un autre », a-t-il déclaré, ajoutant qu’il espérait que cette publication « sera un levier pour rééditer l’œuvre et éditer des œuvres jamais éditées ».

« O Dever de deslumbrar– Biographie de Natália Correia » est le cinquième volume de la collection de Biographies de grandes figures de la culture portugaise contemporaine par contraponto.


Assírio & Alvim publie une anthologie des « très brèves compositions » de Robert Walser

L’ouvrage « Grey, Needle, Pencil and Phosphoresis & other very brief texts on almost nothing » rassemble « les compositions très brèves (courtes descriptions, microtales, notes brèves) » de l’écrivain suisse alémanique Robert Walser (1878-1956), a annoncé l’éditeur Assírio & Alvim.

« Ces très petits textes sur des objets du quotidien, combinés à des réflexions sur l’œuvre de l’écrivain et son rôle dans le monde », ont été traduits en portugais par Ricardo Gil Soeiro.

« Les textes de Robert Walser mettent en scène une élégance discrète, presque comme s’ils demandaient la permission d’exister. En eux sont célébrées l’humilité dépouillée des petites choses, des éléments les plus infimes qui, votés – et votant eux-mêmes – à la disparition sobre, insistent pour offrir une résistance silencieuse et chatoyante à la voracité aiguë du temps : la cendre, l’aiguille, le crayon, l’allumette, le gant, le chapeau, la lampe, l’horloge, le papier », ajoute l’éditeur portugais.



Quatro exposições celebram a BD portuguesa no Museu Bordalo Pinheiro


Lisboa, 15 mar 2023 (Lusa) – Mais de um século de banda desenhada portuguesa é lembrado em quatro exposições, a partir de sábado, no Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, num fim de semana em que acontece também uma feira do livro, revelou este museu.

Uma das exposições relaciona a obra de Bordalo Pinheiro (1846-1905) com as origens da banda desenhada em Portugal e intitula-se "Fora do Quadrado".

"Através de um percurso que abrange toda a sua carreira artística, apresentamos nesta exposição uma variedade de jogos e soluções gráficas, e múltiplas relações entre texto e imagem, que ainda hoje surpreendem pelo seu grau de experimentação e liberdade criativa", lê-se na sinopse da exposição.

Outra das exposições foca-se no acervo que está a ser constituído para o futuro Museu da Banda Desenhada de Beja, com curadoria do autor e programador Paulo Monteiro.

Em Lisboa estarão trabalhos de 14 autores portugueses, "representativos da riqueza e diversidade" da BD portuguesa, desde inícios do século XX até à primeira década do século XXI, refere o Museu Bordalo Pinheiro.

O museu de Beja, que pretende contar a história da nona arte portuguesa, ainda não tem data oficial de abertura e conta atualmente com mais de 2.500 pranchas, esboços, estudos e outros materiais, de mais de uma centena de artistas.

A pequena amostra que estará em Lisboa conta com obras de Artur Correia, Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento, Fernando Relvas, Filipe Abranches, Miguel Rocha, entre outros.

Estas duas exposições ficarão patentes até 18 de junho.

De menor duração, o Museu Bordalo Pinheiro acolhe ainda duas outras "exposições-relâmpago" durante uma semana: "Vírus", de André Ruivo, e a coletiva "Vivo Fanzine!".

"Vírus" recupera os desenhos que André Ruivo fez sobre a pandemia da covid-19 em Portugal e que foram publicados em livro em 2021 pelas Edições Xerefé.

A propósito da temática do trabalho, no domingo haverá uma conversa de André Ruivo, no museu, com a ex-diretora geral de Saúde, Graça Freitas, e o designer Jorge Silva.

"Vivo Fanzine!" apresenta-se como uma mostra coletiva de oito histórias curtas, de autores do curso de BD do Museu Bordalo Pinheiro. São eles Celina Adriano, Francisco Lança, José Bandeira, Luís Gama, Marcius Assis, Patrícia Furtado, Pedro Rodrigues e Yury Borgen.

No fim de semana de inaugurações, em complemento, está prevista uma feira do livro de banda desenhada, oficinas, sessões de caricatura e apresentação de livros.

Tudo isto acontece nas vésperas de celebração dos 177 anos de Rafael Bordalo Pinheiro, o multifacetado artista português, nascido a 21 de março de 1846.



Quatre expositions célèbrent la BD portugaise au musée bordalo pinheiro


Lisboa, 15 mar 2023 (Lusa) – Plus d’un siècle de bandes dessinées portugaises est commémoré dans quatre expositions, à partir de samedi, au musée Bordalo Pinheiro de Lisbonne, lors d’un week-end au cours duquel se déroule également une foire du livre, a révélé ce musée.

L’une des expositions relie le travail de Bordalo Pinheiro (1846-1905) aux origines de la bande dessinée au Portugal et s’intitule « Out of the Square ».

« À travers un parcours qui couvre toute sa carrière artistique, nous présentons dans cette exposition une variété de jeux et de solutions graphiques, ainsi que de multiples relations entre le texte et l’image, qui surprennent encore aujourd’hui par leur degré d’expérimentation et de liberté créative », peut-on lire dans le synopsis de l’exposition.

Une autre des expositions se concentre sur la collection qui est en cours de constitution pour le futur Musée de la bande dessinée beja, organisée par l’auteur et programmeur Paulo Monteiro.

A Lisbonne, il y aura des œuvres de 14 auteurs portugais, « représentatifs de la richesse et de la diversité » de la BD portugaise, du début du <>ème siècle à la première décennie du <>ème siècle, dit le Musée Bordalo Pinheiro.

Le musée Beja, qui vise à raconter l’histoire du neuvième art portugais, n’a pas de date d’ouverture officielle et compte actuellement plus de 2 500 planches, croquis, études et autres matériaux, de plus d’une centaine d’artistes.

Le petit échantillon qui sera à Lisbonne a des œuvres de Artur Correia, Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento, Fernando Relvas, Filipe Abranches, Miguel Rocha, entre autres.

Ces deux expositions seront ouvertes jusqu’au 18 juin.

De plus courte durée, le musée Bordalo Pinheiro accueille également deux autres « expositions éclair » pendant une semaine : « Virus », d’André Ruivo, et le collectif « Vivo Fanzine ! ».

« Vírus » récupère les dessins qu’André Ruivo a réalisés sur la pandémie de covid-19 au Portugal et qui ont été publiés en livre en 2021 par Les Editions Xéréfé.

Au sujet de l’œuvre, il y aura dimanche une conversation d’André Ruivo, dans le musée, avec l’ancienne directrice générale de la santé, Graça Freitas, et le designer Jorge Silva.

« Vivo Fanzine! » se présente comme une exposition collective de huit nouvelles d’auteurs du cours BD au Musée Bordalo Pinheiro. Il s’agit de Celina Adriano, Francisco Lança, José Bandeira, Luís Gama, Marcius Assis, Patrícia Furtado, Pedro Rodrigues et Yury Borgen.

Le week-end d’ouverture, en outre, un salon de la bande dessinée, des ateliers, des séances de caricature et des présentations de livres sont prévus.

Tout cela se déroule à la veille de la célébration du 177e anniversaire de Rafael Bordalo Pinheiro, l’artiste portugais aux multiples facettes, né le 21 mars 1846.



Lisboa, 12 mar 2023 (Lusa) – Neste décimo ano de pontificado, que se assinala segunda-feira, o Papa é esperado pela segunda vez em Portugal, seis anos depois de ter encerrado as comemorações do centenário das aparições de Fátima e canonizado os videntes Francisco e Jacinta.

Fátima é, além de Lisboa, o local onde Francisco é esperado em agosto próximo, pois como fez questão de assegurar ao então bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, em abril de 2021, é sua intenção peregrinar até à Cova da Iria quando vier a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Também ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nesse mesmo ano, o Papa revelou que pretende ir a Fátima em agosto deste ano.

Se esta segunda viagem de Francisco a Portugal assume uma dimensão de cariz mundial, com a esperada presença em Lisboa de mais de um milhão de jovens de todos os continentes para a JMJ, a esperada passagem por Fátima está a ser encarada com expectativa, tendo em conta o desejo de muitos de que possa ocorrer a beatificação da terceira vidente dos acontecimentos de 1917, a Irmã Lúcia de Jesus.

Também os casos de abuso sexual de menores não deverão passar ao lado desta visita do Papa, numa altura em que ainda estarão bem frescos na memória dos portugueses os resultados do estudo da Comissão Independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, apresentados no passado dia 13 de fevereiro e as reações negativas às primeiras medidas anunciadas pelo episcopado, encaradas como insuficientes.

A Comissão Independente validou 512 dos 564 testemunhos recebidos, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de vítimas da ordem das 4.815.

Estes testemunhos referem-se a casos ocorridos no período entre 1950 e 2022, o espaço temporal que abrangeu o trabalho da comissão, com o sumário do relatório, contudo, a revelar que "os dados apurados nos arquivos eclesiásticos relativamente à incidência dos abusos sexuais devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'".

Recuando a 2017, foram milhares os peregrinos que assistiram na Cova da Iria, no dia 13 de maio, à canonização de Francisco e Jacinta Marto, crianças que considerou como "exemplo", tendo em conta "a força para superarem contrariedades e sofrimentos" que lhes "foi dada pela Virgem Maria, presença constante nas suas vidas".

Na sua visita de menos de 24 horas a Portugal, com a Base Aérea de Monte Real a ser ponto de chegada (no dia 12), e partida (no dia seguinte), fez apelos à "paz e concórdia entre os povos", pedindo à Virgem, que, "no mais íntimo do Seu imaculado coração", veja "as dores da família humana que geme e chora neste vale de lágrimas".

Durante a sua presença no Santuário de Fátima, teve um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, que lhe expressou a vontade de Portugal colaborar na promoção dos valores da proteção dos mais frágeis, como o acolhimento aos refugiados, a promoção da paz nas instâncias internacionais e o desenvolvimento de África.

Francisco reunira-se, logo à chegada a Monte Real, com o Presidente da República durante 10 minutos.

Durante as cerimónias de 13 de maio, o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, saudou a "voz profética" de Francisco, capaz de abater muros, de lançar pontes e de dar voz a quem não a tem e agradeceu ao Papa argentino por ter trazido consigo "dois santos, os dois pastorinhos Francisco e Jacinta".

António Marto considerou ainda Francisco uma voz "profética claramente audível" num panorama mundial "cheio de perigos e medos".

Jorge Mario Bergoglio foi, em 2017, o quarto Papa a visitar Fátima, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

O Papa fez, desde 2013, 40 viagens internacionais, nas quais visitou 60 países, entre os quais o Brasil, Jordânia, Israel, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba ou Estados Unidos da América.

Iraque, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Sudão do Sul, foram outros países visitados pelo Papa que, apesar dos problemas no joelho, que lhe afetam a mobilidade e o fazem deslocar com frequência em cadeira de rodas, não dá mostras de querer abrandar o ritmo, tendo já agendada uma viagem à Hungria para o final do próximo mês de abril.

JLG // ZO


Lisboa, 12 mar 2023 (Lusa) – En cette dixième année de pontificat, qui marque lundi, le pape est attendu pour la deuxième fois au Portugal, six ans après avoir clôturé les célébrations du centenaire des apparitions de Fatima et canonisé les voyants François et Jacinthe.

Fatima est, en plus de Lisbonne, l’endroit où François est attendu en août prochain, car comme il a tenu à asser l’évêque de Leiria-Fátima, le cardinal António Marto, en avril 2021, il a l’intention d’aller à Cova da Iria lorsqu’il viendra au Portugal pour les Journées mondiales de la jeunesse (JMJ).

Toujours au président de la République, Marcelo Rebelo de Sousa, la même année, le pape a révélé qu’il avait l’intention de se rendre à Fatima en août de cette année.

Si ce deuxième voyage de Francisco au Portugal prend une dimension mondiale, avec la présence attendue à Lisbonne de plus d’un million de jeunes de tous les continents aux JMJ, le passage attendu à travers Fatima est considéré avec anticipation, étant donné le désir de beaucoup que la béatification du troisième voyant des événements de 1917 puisse avoir lieu, Sœur Lucie de Jésus.

De même, les cas d’abus sexuels sur mineurs ne devraient pas passer parallèlement à cette visite du pape, à un moment où les résultats de l’étude de la Commission indépendante dirigée par le pédopsychiatre Pedro Strecht, présentés le 13 février et les réactions négatives aux premières mesures annoncées par l’épiscopat, seront encore très frais dans la mémoire des Portugais, considéré comme insuffisant.

La Commission indépendante a validé 512 des 564 témoignages reçus, pointant, par extrapolation, un nombre minimum de victimes de l’ordre de 4 815.

Ces témoignages se réfèrent à des cas survenus entre 1950 et 2022, l’espace temporel qui couvrait les travaux du comité, avec le résumé du rapport, cependant, révélant que « les données obtenues dans les archives ecclésiastiques concernant l’incidence des abus sexuels doivent être comprises comme la « partie émergée de l’iceberg » ».

Depuis 2017, des milliers de pèlerins ont assisté à la canonisation de François et Jacinta Marto, des enfants qui les considéraient comme un « exemple », en tenant compte de « la force de surmonter les revers et les souffrances » qui « leur a été donnée par la Vierge Marie, une présence constante dans leur vie ».

Lors de sa visite de moins de 24 heures au Portugal, avec la base aérienne de Monte Real comme point d’arrivée (le 12) et de départ (le lendemain), il a lancé des appels à « la paix et à la concorde entre les peuples », demandant à la Vierge, « au plus profond de son cœur immaculé », de voir « les douleurs de la famille humaine qui gémit et pleure dans cette vallée de larmes ».

Au cours de sa présence au Sanctuaire de Fatima, il a rencontré le Premier Ministre, António Costa, qui lui a fait part de la volonté du Portugal de collaborer à la promotion des valeurs de protection des plus faibles, telles que l’accueil des réfugiés, la promotion de la paix dans les forums internationaux et le développement de l’Afrique.

François avait rencontré le président de la République à son arrivée à Monte Real pendant 10 minutes.

Au cours des cérémonies du 13 mai, l’évêque de Leiria-Fátima, António Marto, a salué la « voix prophétique » de François, capable d’abattre les murs, de jeter des ponts et de donner la parole à ceux qui ne l’ont pas et a remercié le pape argentin d’avoir amené avec lui « deux saints, les deux petits bergers Francisco et Jacinta ».

António Marto a également qualifié François de « voix prophétique clairement audible » dans un panorama mondial « plein de dangers et de peurs ».

Jorge Mario Bergoglio a été, en 2017, le quatrième pape à visiter Fatima, après Paul VI (1967), Jean-Paul II (1982, 1991 et 2000) et Benoît XVI (2010).

Depuis 2013, le pape a effectué 40 voyages internationaux, au cours desquels il s’est rendu dans 60 pays, dont le Brésil, la Jordanie, Israël, la Corée du Sud, la Turquie, le Sri Lanka, les Philippines, l’Équateur, la Bolivie, le Paraguay, Cuba ou les États-Unis d’Amérique.

L’Irak, le Kenya, l’Ouganda, la République centrafricaine, la République démocratique du Congo et le Soudan du Sud sont d’autres pays visités par le pape qui, malgré des problèmes de genou, qui affectent la mobilité et le font souvent se déplacer en fauteuil roulant, ne montre aucun signe de vouloir ralentir le rythme, ayant déjà prévu un voyage en Hongrie pour la fin du mois d’avril prochain.

JLG // SO

2020/2023Tous droits réservés 
droits réservés© 2020 Webnode AG. All rights reserved  

Optimisé par Webnode
Créez votre site web gratuitement ! Ce site internet a été réalisé avec Webnode. Créez le votre gratuitement aujourd'hui ! Commencer